Atualizado em 12 de julho de 2021 por rafael.fonseca
Nossos leitores sempre perguntam: quanto tempo demora até receber um precatório? Alguns processos, especialmente os que envolvem demandas de valor maior, podem levar anos. É o caso dos atrasados do INSS. No entanto, boa parte das ações vêm de créditos alimentares. Ou seja, quem ingressa na justiça tem pressa e precisa do dinheiro para se manter.
Outra característica de processos que envolvem o INSS é o pagamento retroativo. Os valores passam por atualização, a partir do momento em que o beneficiário adquire o direito na justiça até a sentença transitada em julgado. O montante é alto, assim como o tempo de espera.
Porém, há alternativas que encurtam o tempo para receber a sua indenização. Quer saber quais são elas e quando podem ajudar você a ter acesso ao seu dinheiro? Continue conosco!
Qual é o prazo para pagamento de precatórios?
Bem, o prazo para pagamento de um título varia de acordo com o tipo do precatório. Isso porque se for estadual ou municipal, a chance de receber com atraso é muito grande. Nesses casos, as filas levam até décadas!
Como estamos falando sobre as dívidas do INSS, sendo o órgão uma autarquia federal, os pagamentos tendem a respeitar o prazo constitucional. Então, o vencimento depende da data de expedição do precatório. Quando isso acontece até o dia 1º de julho, entra no orçamento do ano seguinte. Após essa data, o pagamento será no ano subsequente.
Dessa forma, o prazo para o acerto de contas de um precatório federal pode levar de 1 a 2 anos e meio. Bastante tempo para quem já esperou longos anos até a decisão definitiva, não é?
Aliás, uma das características desse título é justamente o seu valor. Existe uma quantia mínima para que a indenização seja paga em forma de precatório e, assim, respeite os trâmites desse tipo de pagamento. Entender essa característica é fundamental para o artigo de hoje. Vamos relembrar?
Precatório x RPV
Ambos, RPV e Precatório, são ordens de pagamento ou títulos de crédito, isto é, valores que são devidos a um credor do poder público.
Como o próprio nome já sugere, as Requisições de Pequeno Valor têm um teto — valor máximo — a partir do qual deixam de ser RPVs e passam a ser precatórios. No caso dos precatórios federais, como os do INSS, o valor é definido pela Constituição.
Para que uma dívida da União (e suas autarquias) receba o nome de RPV, a soma deve ser equivalente a 60 salários mínimos (no máximo). Em números atuais, isso representa R$66 mil. Qualquer indenização acima desse valor é, portanto, um precatório.
Mas qual é a diferença? Por que um teto para as RPVs? Já que são dívidas similares e com reconhecimento da justiça, para que diferenciar? Bem, aí é que está! Por terem valores mais baixos, as RPVs têm prazos de pagamento muito menores do que os precatórios. Conforme a Constituição, o acerto de uma RPV não pode levar mais do que 60 dias, a partir da data de sua expedição.
Já um precatório pode levar até 2 anos e meio, além de enfrentar filas extensas e a ordem cronológica de pagamento. Assim sendo, vamos entender melhor como a dinâmica influencia nas escolhas do credor ao longo de um processo envolvendo o INSS.
O que são os atrasados do INSS?
Digamos que você entra na justiça para se aposentar. Esse direito é negado por algum motivo, mas você acredita que tem razão e, por isso, pede o reconhecimento da sua aposentadoria.
Portanto, seu pedido inclui o reconhecimento do direito ao benefício, a ser pago da data da decisão do magistrado. Além disso, os valores que não foram pagos anteriormente, do momento em que você adquiriu esse direito até a concessão da aposentadoria pela justiça.
Esse valor retroativo é o que chamamos de atrasados do INSS. Aliás, o pagamento conta com juros e correção monetária, o que faz com que essa atualização seja a parte maior parte do valor final de indenização.
Quando vale a pena abrir mão dos atrasados do INSS?
Existem algumas situações em que abrir mão desses valores atrasados, ou de parte deles, vale a pena. A razão para isso é a maior celeridade no julgamento da ação, bem como do pagamento. Então, vamos avaliar três situações em que essa estratégia pode ser vantajosa. Acompanhe
Manter a ação no Juizado Especial Federal
Juizados especiais tendem a ser mais rápidos nos julgamentos do que juizados comuns. Um dos preços dessa agilidade é o teto das causas que podem ser ajuizadas nesses tribunais. O teto do Juizado Especial Federal é 60 salários mínimos, então qualquer causa com valor superior a esse deverá ser levada à justiça comum.
Receber a indenização na forma de RPV
Seguindo o mesmo raciocínio, pode ser vantajoso para o credor abrir mão dos atrasados do INSS para que o valor a receber não ultrapasse o teto das Requisições de Pequeno Valor. Conforme o valor e a necessidade do credor, vale a pena receber mais rápido — em até 2 meses — na forma de RPV. Afinal, a espera pelo precatório pode levar até 2 anos e meio.
Obter uma aposentadoria melhor
Vamos voltar ao exemplo do trabalhador que ingressa na justiça para ter o reconhecimento da sua aposentadoria. Digamos que, ao longo do processo, ele continuou trabalhando sendo segurado do INSS. Nesse tempo, ele adquiriu condição de ter uma aposentadoria melhor do que a que ele pediu na justiça.
Então, esse trabalhador deve abrir mão de parte dos atrasados, uma vez que o cálculo do benefício leva em conta outra data inicial, a qual ele alcançou os novos requisitos de aposentadoria. Pode ser vantajoso, já que ao deixar os atrasados de lado, terá uma aposentadoria mensal melhor.
A venda de precatórios é mais vantajosa?
Uma alternativa para o credor que espera o pagamento da sua indenização, mas não quer abrir mão dos valores de atrasados do INSS, é a venda de precatórios. É um negócio totalmente legal, seguro, com boas vantagens para ambos os lados e que pode até render mais para o seu bolso no fim das contas.
Na ponta do lápis, abrir mão de parte dos atrasados do INSS apenas para receber mais rápido, pode ser menos vantajoso do que vender o precatório em seu valor líquido. Dessa forma, você terá apenas o desconto do deságio, além de receber com maior agilidade.
Antecipar o precatório é uma saída vantajosa para situações em que o credor não quer passar pela longa espera até o pagamento. Para fazer um bom negócio, é importante buscar pessoas especializadas e com conhecimento de mercado, para encontrar a melhor proposta e poder, assim, usufruir do seu benefício.
Gostou do tema? Pois vamos deixar como recomendação um artigo que mostra quatro maneiras de antecipar o recebimento. Até a próxima!
Sou idoso de 69 anos, funcionário público federal aposentado por invalidez. Tenho um precatório que foi autorizado o pagamento para a segunda quinzena do mês de novembro de 2014 e até hoje nunca recebi, gostaria que alguém área de precatórios, alguma autoridade da justiça me auxiliasse, ficaria muito agradecido. Nem vou comentar da minha necessidade, só Deus sabe
Roberto,
Tem que entender bem o que você chama de autorização de pagamento, se isso corresponde efetivamente a expedição do ofício requisitório ou então que o INSS concordou em pagar. Porque são coisas bem diferentes. Se for o primeiro caso, ele com certeza já foi pago, e pelo prazo até pode ter voltado aos cofres públicos. Se for o segundo caso o precatório pode nem ter sido expedido ainda. De toda forma, sugiro você procurar no site do tribunal onde seu processo foi iniciado com o seu CPF para conferir a movimentação do processo. Se não entender manda aqui pra gente que ajudamos.
Espero ter ajudado 🙂