Como o robô do INSS impacta os precatórios?

Atualizado em 6 de setembro de 2023 por Lorenna Veiga

No ano de 2022, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deu um passo significativo ao introduzir a inteligência artificial na análise de pedidos de benefícios, como aposentadorias, pensões e auxílios-doença. Essa iniciativa visava agilizar o processo e diminuir a fila de espera por análise. Entretanto, essa mudança também trouxe desafios e questionamentos.

 

Avanços e Desafios com a Análise Automatizada

De 2022 a 2023, houve um aumento na análise automática de benefícios, passando de 17% para 23%. Isso significa que, atualmente, dois em cada dez benefícios são decididos por essa inteligência artificial. E o objetivo é ambicioso: chegar a 50% de automação até 2026, uma boa notícia para quem está na extensa fila de espera, que hoje conta com cerca de 1,794 milhão de solicitações.

No entanto, enquanto a agilidade da análise automática é um ponto positivo para muitos segurados, ela também pode trazer desafios. Erros no sistema ou nas informações fornecidas pelo requerente podem levar a negações rápidas e, muitas vezes, injustas. Por exemplo, um trabalhador de 53 anos que cumpriu todos os requisitos teve seu pedido negado em apenas seis minutos.

A Visão dos Especialistas

Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), destaca que o sistema pode ser aprimorado. Ela sugere que, antes de negar o benefício, o sistema deveria identificar possíveis erros e encaminhar para uma revisão humana. Isso evitaria a negação injusta de muitos pedidos.

 

Migração para o MeuINSS e Recomendações

Com o crescente uso do sistema MeuINSS (disponível tanto em aplicativo quanto em site), as agências do INSS focaram seus esforços em resolver dúvidas (agendadas previamente) e em realizar perícias médicas.

Para quem está planejando fazer uma solicitação pelo INSS, é essencial prestar atenção às documentações exigidas. Certifique-se de ter todos os documentos necessários em mãos para reduzir as chances de ter o pedido negado e enfrentar a demorada fila de recursos.

Em resumo, a tecnologia vem para auxiliar em decisões administrativas, mas ainda precisa de aprimoramentos para garantir que todos os segurados tenham seus direitos respeitados.

 

Agora queremos a opinião de vocês: 

Já que o nosso canal fala principalmente sobre precatórios, qual é sua visão: o robô do INSS vai impactar de alguma forma no volume dos precatórios?

Para ajudar no debate deixamos duas possibilidades:

1) Vai diminuir o número de precatórios contra o INSS, pois terão mais decisões acertadas no âmbito administrativo e, portanto, não será necessário entrar com um pedido judicial.
2) Vai aumentar o número de precatórios – a decisão por um robô não tem previsão legal e pode acabar gerando distorções dos pedidos de aposentadoria. Assim, os advogados entrarão com mais processos, que resultarão em mais precatórios.

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Lorenna Veiga

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