Ícone do site Meu Precatório

Mudanças no precatório do INSS afetam segurados

Mudanças no precatório do INSS afetam segurados
Fachada da Previdência Social, atendimento para os credores de precatório do INSS

Com a nova proposta do governo para mudanças no precatório do INSS, aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social podem sair perdendo. Aliás, o presidente Jair Bolsonaro tenta, desde o início de agosto, a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera o índice de correção e até possibilita parcelar o pagamento dos títulos.

Em caso de aprovação do Congresso, essa mudança poderá atingir os segurados do INSS que apelam na Justiça por permissões ou revisões de benefícios, como aposentadorias e pensões. Quer saber mais sobre os efeitos? Então, continue a leitura!

Como é a nova proposta para o precatório do INSS?

De acordo com o governo federal, o país tem capacidade de honrar o pagamento dos precatórios. Porém, o objetivo da PEC é compatibilizar essas despesas com o teto de gastos — regra que limita o crescimento da maior parte das despesas à inflação do ano anterior. Os precatórios são gastos obrigatórios.

Aliás, precatórios são formalizações de requisições de pagamento, tendo a Fazenda Pública como órgão devedor, após uma condenação judicial definitiva. No caso dos precatórios federais, a dívida passa dos R$66 mil, o que equivale a cerca de 60 salários mínimos, e é paga em um lote anual.

De modo geral, os pagamentos ocorrem até julho, mas o prazo pode se estender até o mês de dezembro. E incluem todos os acertos até 1º de julho do ano anterior.

Correção monetária

Atualmente, quem recebe um precatório do INSS dentro do prazo também tem direito à correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que acompanha a inflação oficial. A proposta do governo quer trocar o índice pela taxa básica de juros, a Selic.

Assim sendo, a proposta ainda prevê que o pagamento dos precatórios de maior valor se divida em parcelas ao longo de 10 anos. Porém, a medida vale apenas se a soma total desses débitos for superior a 2,6% da receita corrente líquida da União. Pela estimativa do Ministério da Economia, todos os precatórios acima de R$455 mil teriam parcelas a partir de 2022.

Se considerarmos os parâmetros atuais, a mudança traria prejuízo aos credores. Esta também é a previsão das simulações feitas pelo advogado, Wagner Souza, do escritório Roberto de Carvalho Santos Advogados Associados.

De acordo com o sistema atual, um precatório pago um ano após a sua expedição teria uma correção de 8,59%. Com a alteração proposta, o índice cairia para 5,25%. Já segundo as estimativas de Wagner Souza, o aumento do volume da dívida judicial, em relação à receita, pode fazer com que os precatórios de valor mais baixos também se transformem em parcelas.

Resumo da proposta

Então, de forma resumida, o governo de Jair Bolsonaro propõe uma alteração no índice de correção dos precatórios federais. A ideia é reduzir os gastos com os pagamentos de dívidas judiciais em atraso.

Já a atual correção monetária tem como base o IPCA-E, cujo o cálculo segue o acúmulo trimestral das prévias quinzenais da inflação oficial. A mudança quer alinhar a correção pela taxa Selic, que nada mais é que a taxa oficial de juros do país.

Parcelamento de precatórios

Desse modo, o governo também propõe que o pagamento dos precatórios seja parcelado em até 10 vezes. Hoje o valor é pago em uma única parcela. Então, com a mudança:

Qual a diferença do atual sistema para a proposta do governo?

Ainda dentro da proposta, precatórios de qualquer natureza terão correção pela taxa Selic. Atualmente, o índice de correção depende da natureza do pagamento, que pode ser a taxa Selic ou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Portanto, veja a seguir como ficam os valores com o sistema atual e a proposta do governo.

Sistema atual (correção IPCA-E)

O cálculo para um precatório expedido em julho de 2021 e pago à vista em julho de 2022, com correção do IPCA-E, considera a correção monetária com a atual taxa acumulada em 12 meses do IPCA-E, de 8,59% ao ano.

Novo sistema (correção Selic)

Já o cálculo para um precatório expedido em julho de 2021 e pago à vista em julho de 2022, com correção da taxa Selic, propõe a correção com base na atual taxa (Selic) acumulada em 12 meses, o que resultaria em um ganho de 5,25% ao ano.

Portanto, se a mudança realmente entrar em vigor, os segurados com direito à precatório do INSS podem sair perdendo. Afinal, a troca da taxa para a correção monetária impacta diretamente no valor. Para saber mais sobre o parcelamento de precatórios e como funcionará, fique atento ao nosso blog. Aqui, você sempre encontra as últimas notícias sobre o tema e, assim, pode tomar as melhores decisões sobre o seu título.

Quer ficar por dentro das novidades? Assine a nossa newsletter e receba tudo em primeira mão direto na sua caixa de entrada.

Sair da versão mobile