Estamos passando por uma das piores crises econômicas e humanitárias da nossa história. O momento econômico, que já era ruim, agravou com a pandemia e trouxe desafios inesperados. Diante da dificuldade financeira, o dinheiro do precatório é um trunfo para aliviar as dívidas ou criar oportunidades de negócio para a retomada em 2021.
Na urgência das dívidas e com a necessidade de ter o dinheiro nas mãos, os títulos judicias são um ótimo artigo de venda. Além disso, eles também podem ser utilizados como recurso para investimentos.
Quer conhecer todas as possibilidades? Neste artigo, vamos fazer um apanhado das melhores alternativas de mercado para investir o dinheiro do seu precatório. Acompanhe!
O que são precatórios e RPVs?
Antes de falar sobre as alternativas para usar o dinheiro do precatório, vamos relembrar a diferença entre esse título e uma RPV. Ela se baseia em um critério muito relevante para o que vamos abordar no artigo de hoje. Trata-se do valor!
Quando o poder público é condenado pela justiça a pagar uma indenização, ela pode se tornar uma RPV ou um precatório. Caso o valor seja pequeno, abaixo do que é determinado pelo próprio estado, recebe o nome de Requisição de Pequeno Valor (RPV). Já quando ultrapassa o teto estipulado, a dívida se torna, então, um precatório.
A partir daí, é possível perceber que os precatórios têm valor substancialmente considerável, o que transforma em uma carta de crédito atraente para investimentos. Vamos ver um exemplo?
Em Minas Gerais, o valor máximo de um pagamento feito pelo estado via RPV foi reajustado em 2019 para R$16.970,68. Ou seja, qualquer valor acima desse teto será pago em forma de precatório.
Como a venda de precatórios pode ajudar?
Se você tem um precatório para receber e passa por um momento de dificuldade financeira, vender o seu benefício pode ser uma solução para quitar dívidas urgentes. Aliás, a venda de precatórios é um negócio totalmente legalizado, regido por lei e que tem benefícios tanto para quem vende quanto para quem compra.
Especialmente precatórios estaduais e municipais, tendem a enfrentar longas filas de pagamento. Com a crise financeira dos entes federativos, ainda mais grave no cenário de pandemia, esses atrasos podem chegar a décadas.
Diante da necessidade urgente do dinheiro, você pode vender um precatório — a um valor de deságio — e levantar capital para situações emergenciais. O deságio é o lucro do comprador, um percentual descontado sobre o valor do precatório. Varia de acordo com o tipo do precatório, mas sua margem fica entre 30% e 40%.
Mesmo com os juros correntes do mercado para rotativos de cartão de crédito, por exemplo, e o deságio, a venda de um precatório pode ser satisfatória. Isso porque dívidas quitadas à vista recebem descontos de juros e moratórias, não sendo raro caírem para valores 50% menores do total.
Mais viável que empréstimo
Caso o credor de um precatório precise de dinheiro, por exemplo, para sustentar o seu negócio abalado na pandemia, nem sempre o empréstimo bancário é a melhor solução. Ao comparar juros x deságio, a venda do precatório é mais viável.
Quando comparamos deságio e juros cobrados por bancos em empréstimos, vemos uma grande vantagem na venda de precatórios. Desse modo, ao fazer um apanhado em sites dos grandes bancos brasileiros, percebemos que a taxa de juros mensal para empréstimo pessoal varia de 2,84% a 5,23%.
Naturalmente, essas taxas se alteram conforme o relacionamento do cliente com o banco e as garantias dadas durante o acordo. Ainda assim, é uma média que já nos mostra uma boa noção do preço cobrado.
Por exemplo, um empréstimo de R$50 mil no banco, pago em parcelas mensais por três anos e com juros de 3% ao mês, resultará em uma dívida de R$104 mil. Sem contar toda a burocracia.
Agora imagine o credor de um precatório estadual de valor bruto igual a R$80 mil. Ele recorre à Meu Precatório para encontrar uma oferta pelo seu benefício. Então se depara com uma proposta de 30% de deságio sobre o seu título. Sem impostos e sem nada mais a pagar, ele conseguirá R$52 mil, exatamente o valor que necessitava.
Aliás, a Meu Precatório é uma plataforma especialista em compra e venda de precatórios. Se você tem interesse em resgatar o dinheiro do seu precatório, sem ter que esperar na fila, entre em contato com a nossa equipe.
Compra de imóveis
Depois de alcançar o menor valor histórico de vendas em abril de 2020, em função da Covid-19, o mercado imobiliário reaqueceu e vem demonstrando uma retomada positiva.
Os principais fatores são a oferta de imóveis no mercado — que aumentou consideravelmente durante a pandemia — bem como melhores taxas de financiamento em comparação a outros investimentos de longo prazo e condições de parcelas.
As taxas de financiamento foram pressionadas pela SELIC (taxa básica de juros), que segue no patamar de 2%, menor valor da história. Com juros baixos, as grandes corporações bancárias, financiadoras de imóveis, tiveram que reavaliar as suas taxas, o que tornou o mercado atraente.
Dessa forma, ao investir em um imóvel, você está também pensando na sua valorização ao longo dos anos, enquanto compara essa valorização com outros tipos de investimento. No momento atual, com a vasta oferta de produtos e baixo rendimento de capital financeiro, comprar um imóvel tem se mostrado a melhor opção para quem quer investir.
Para quem tem um precatório, existe também a possibilidade de utilizar o próprio benefício como entrada ou como forma de quitar um imóvel. Por ser uma carta de crédito, serve como moeda de troca. O título judicial pode ser oferecido a terceiros por meio da troca de titular, seguindo as regras jurídicas.
Aliás, tramita na Câmara Federal, uma PEC (24/11), justamente voltada para esse tema. Através dela, será autorizado o uso de precatórios para o financiamento de imóveis, o que deve facilitar a prática no que diz respeito a bancos públicos.
Poupança
Embora haja outras opções de renda fixa, a poupança segue sendo a alternativa mais procurada pelos brasileiros na hora de guardar dinheiro. Se você recebeu ou vendeu um precatório e quer guardar o valor com rentabilidade, esse é um dos investimentos mais seguros. O rendimento da poupança no Brasil segue a regra:
- Se a Selic for menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial);
- Se a Selic for superior a 8,5% ao ano, a poupança passa a rentabilidade fixa de 0,5% mais a TR.
Com vimos anteriormente, a SELIC está atualmente em 2%, mesmo percentual da taxa referencial, o que nos dá um rendimento anual da poupança de 1,4%. Isso significa que se você deixar R$100 na poupança, ao final de 1 ano, você terá R$101,40.
Cuidado! Embora pareça que você obteve rendimento, é preciso levar em conta a inflação — a desvalorização do dinheiro. No Brasil, o índice de inflação é chamado IPCA. Então, se depois de um ano a inflação for maior do que o rendimento da poupança, ao invés de ganhar dinheiro, você perde. Isso porque os R$101,40 do nosso exemplo não compram mais o mesmo que os R$100 iniciais.
CDI: alternativa à poupança
Ultimamente, vários bancos, especialmente os digitais, têm como taxa de rendimento o Certificado de Depósito Interbancário, ou CDI. De forma resumida, CDI é uma taxa de juros cobrada por bancos ao emprestar dinheiro para outras instituições financeiras. E isso acontece muito! Todos os dias.
Ela é definida diariamente e tornou-se referência de rentabilidade fixa. Por fixa, devemos entender uma taxa de rendimento que não varia, ou varia dentro de uma margem já estabelecida.
Em 2019, o CDI rendeu 5,9% ao ano. Isso significa que se você tivesse deixado R$100 em um fundo de renda fixa baseado em 100% do CDI (ou seja, que irá render o valor total dessa taxa), ao final de 1 ano, teria R$105,90. Bem mais do que a poupança, né?
Alguns tipos de investimento com CDI requerem que o dinheiro fique retido por um tempo, mas há opções, principalmente dentro dos bancos digitais, com liquidez diária e garantia. Vale destacar que liquidez é a possibilidade de você utilizar o dinheiro guardado quando quiser, sem precisar esperar prazo de carência.
Bolsa de valores
Ainda que não seja tão popular no Brasil, especialmente para os pequenos investidores, a Bolsa de Valores apresenta boas alternativas para se rentabilizar um recurso. Comprar e vender ações é bem prático e pode ser feito por qualquer um, de casa, usando um computador ou mesmo um smartphone. Sempre há, também, a possibilidade de procurar uma empresa especializada, que irá ajudar na escolha do investimento, e gerir os seus recursos.
Como são mercados de capitais, os negócios da Bolsa são muito sensíveis a qualquer variação do cotidiano mundial, nas mais variadas formas. De desastres naturais a escândalos midiáticos, tudo interfere nas cotações das ações no mercado.
Com a pandemia não foi diferente. Depois de longos meses de depressão, os negócios têm mostrado otimismo em novembro e dezembro devido à expectativa da vacina para a Covid-19 e a retomada da economia. Dessa forma, pensar em um investimento em ações, pode ser uma ótima chance de encontrar rentabilidade e lucro.
Então, acho que fizemos um bom apanhado dos negócios possíveis com o seu precatório, não é mesmo? Há outras opções, mas colocamos neste artigo as mais comuns, que também servem de base para as demais. Quando falamos sobre venda de precatório, é importante que você saiba que estamos sempre à disposição para ajudar, seja com na busca por uma oferta ou para esclarecer dúvidas. Até a próxima!